Tendinopatia de Aquiles

Gráfico do corpo

Frequentemente acima da inserção (porção média do tendão de 2 a 6 cm)
Fixação direta/junção óssea
Informações básicas
Perfil do paciente
- Prevalente em todos os grupos
- Principalmente a população em trânsito
Fisiopatologia
De acordo com um estudo de Soslowsky et al. (2002), uma combinação de carga de tração e compressão extrínseca leva à maior lesão nos tendões. A carga intensa dos tendões resulta em degradação líquida do colágeno por até 36 horas (Magnussen et al. 2010). Esse carregamento intenso inclui atividades de carga alta e rápida. O repouso insuficiente pode levar a alterações degenerativas irreversíveis no tendão.
Um tendão patológico tem uma estrutura mais boa do que um tendão normal (Docking & Cook al. 2015). Isso significa que podemos carregar esses tendões porque temos uma grande quantidade de tecido bom. Não são necessárias terapias para a patologia do tendão, porque, de qualquer forma, não podemos mudar a estrutura da parte patológica. Por esse motivo, Docking e seus colegas criaram a frase "Treat the donut, not the hole" (Trate a rosquinha, não o buraco) - em outras palavras, concentre-se na estrutura saudável e não na parte patológica
Curso
Dor intermitente, dependente da carga; a dor pode diminuir espontaneamente durante a atividade e aumentar depois; rigidez do tendão após imobilização prolongada (por exemplo, sentado).
Resultados positivos após um programa de carga podem ser esperados após cerca de 3 meses, embora a reabilitação possa durar mais de 1 ano em casos crônicos.
Histórico e exame físico
Histórico
- Dor altamente localizada (o paciente pode indicar a região da dor com um ou dois dedos)
- Sinal Hallmark: Rigidez matinal
- Inspeção: Perda de massa muscular das panturrilhas
- Início relacionado a mudanças na carga de treinamento (especialmente atividades de carga alta e rápida)
- Máximo de dor 24 horas após as atividades de SSC
- Relação proporcional de dor/carga
Exame físico
Inspeção/Palpação
- Espessamento possivelmente visível do tendão ou da interface do tendão;
- Perda de massa muscular da panturrilha afetada
- Dor à palpação do tendão (Midportion: 2-3 cm acima da inserção do calcâneo, na inserção: Junção osso-tendão)
- PROM: A amplitude de movimento de dorsiflexão excessiva ou reduzida pode ser um fator de risco contribuinte
Exame ativo
- Relação proporcional de dor/carga: por exemplo, elevação de panturrilha < elevação de panturrilha com uma perna só e velocidade < pular < pular em uma perna só
- Força/resistência da panturrilha com o teste máximo de elevação da panturrilha com uma única perna
- Saltando: Avalie a dor e a qualidade (quanto menos contato com o solo, melhor) e as falhas (flexão do joelho, batida do calcanhar)
Testes especiais
Diagnóstico diferencial
- Ruptura do tendão de Aquiles: Teste Thomson
- Paratenonite: Crepitação, inchaço excessivo, dor durante qualquer movimento (mesmo sem carga), o nódulo não se move no teste de arco
- Neuropatia do nervo sural: Dor lateral difusa no calcanhar ou no Aquiles, com qualidade de queimação, parestesia, irradiando para o lado lateral do pé, teste de elevação da perna reta positivo com o tornozelo em dorsiflexão e inversão
- Impacto posterior: Provocação de dor com flexão plantar passiva máxima
- Tendinopatia plantar: Dor medial, é necessária a confirmação por ressonância magnética
- Acessório/soleo baixo: Síndromes semelhantes a sintomas de compartimento (por exemplo, dor durante a corrida que se acalma diretamente ao parar); é necessária a confirmação por ressonância magnética
Tratamento
1) Redução da dor
- Reduzir/evitar atividades de SSC que causem dor > 24 horas após a atividade
- Evite esticar ou esfregar o tendão irritado
- Evitar sapatos baixos ou não usar sapatos para tendinopatia de inserção do tendão de Aquiles
- Considere o uso de ibuprofeno por um período limitado de tempo
- Tente fazer elevações isométricas da panturrilha 4x 45 segundos com 2 minutos de descanso entre as séries e pelo menos 70% da contração voluntária máxima
- Considerar calços para tendinopatia de Aquiles de inserção
2) Treinamento de resistência lento e pesado
- Não há evidências de superioridade do treinamento isométrico, concêntrico ou excêntrico
- Frequência: 2 a 3 vezes por semana
- Intervalo de repetição: 6-15 repetições
- Dor: Dor tolerável permitida se ela se acalmar após 24 horas
- Cadência: 3-0-3 (use metrônomo, se necessário)
3) Treinamento SSC / Exercícios de armazenamento e liberação de energia
- Nível de entrada: Dor <3/10 NRS, lúpulo 20DL não irrita(Sancho et al. 2020)
Referências
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